A emoção da contagem voto a voto é um privilégio para poucos.
O debate sobre a contagem física (impressa) dos votos versus eletrônica ou digital no Brasil neodemocrático parece que se tornou um assunto muito perigoso, pois traz consigo o sentimento de estar cometendo-se algum crime ou estar à margem da lei. Há de convir que não existe nenhuma lei ou artigo na Carta Magna que proíba ou regulamente este debate.
Quero sugerir com a frase acima que no processo de contagem dos votos, especialmente quando há uma disputa acirrada e voto a voto, algo único e intenso, talvez com implicações emocionais para muitas pessoas ou mesmo democráticas, todos devem ter a oportunidade de vivenciar ou compreender plenamente todo o processo, considerando que este deveria ser aberto ao público eleitoral, o maior interessado pelo pleito, como num sistema de loteria federal ou prêmio de Mega-Sena, onde o apostador acompanha todo o seguimento do sorteio através da televisão ou outro meio de comunicação, e não apenas por um grupo de pessoas e representantes partidários. No caso da contagem eletrônica ou digital, o "cliente" apenas tem de confiar no resultado final que é apresentado pelos controladores do sistema.
Dadas as considerações acima, poderíamos elaborar algumas questões para reflexão, como por exemplo:
QUAL É A IMPORTÂNCIA DA TRANSPARÊNCIA NOS SISTEMAS DE VOTAÇÃO, E COMO ELA SE RELACIONA COM A ESCOLHA ENTRE VOTOS IMPRESSOS E ELETRÔNICOS? OS DOIS SISTEMAS PODEM FUNCIONAR JUNTOS? QUE TIPO DE VANTAGENS DISTINTAS OS VOTOS IMPRESSOS E ELETRÔNICOS PODEM OFERECER? QUAL DELES REPRESENTA MELHOR OS PRINCÍPIOS DE UMA DEMOCRACIA E EME QUAIS CONTEXTOS CULTURAIS OU POLÍTICOS? COMO O AVANÇO DA TECNOLOGIA INFLUENCIA A PERCEPÇÃO DE LEGITIMIDADE NAS ELEIÇÕES JUNTO AOS ELEITORES?