A história ensina que não se aprende nada com ela [1], talvez porque a história é escrita por quem detém a pena.
O que quero dizer é que a história é frequentemente escrita pelos vencedores ou por aqueles que detêm o poder e a influência, resultando em uma perspectiva parcial onde os fatos históricos são selecionados. Nesse processo, os fatos históricos muitas vezes omitem lições importantes, já que a versão oficial pode não refletir a totalidade da verdade. Aqueles que controlam os meios de registro — como livros, documentos e mídias — moldam a narrativa histórica conforme seus próprios interesses.
O que isso pode acarretar? Os grupos marginalizados, derrotados ou sem acesso ao "poder da pena" muitas vezes têm suas histórias omitidas, distorcidas ou esquecidas.
Encontrar soluções para a questão da história e da aprendizagem a partir dela pode ser complexo, pois exige ações conscientes e estruturadas, tanto em nível individual quanto coletivo. Fala-se muito em "democratização", "inclusão", "crítica", "acessibilidade" para garantir que a história seja ensinada e aprendida de maneira mais abrangente e precisa. Porém, a solução ainda continua utópica, porque aqueles que controlam os meios de comunicação e produção artística e literária, é quem ainda possuem a pena da história, e querem controlar o único meio verdadeiramente livre de o povo escrever sua própria. Vê-se aqui no Brasil o famigerado (pejorativamente falando) Projeto de Lei Brasileira de Regulação da Internet e Redes Sociais (PL 2630/2020 - Lei das Fake News) [2] de autoria do Senador Alessandro Viera, matéria que agora está sob a tutela do STF que começa a discutir a regulação das redes sociais bem como o Marco Civil da Internet. [3]
Continuaremos a apreender NADA com a história!
[1] Inspirada na frase atribuída a Georg Wilhelm Friedrich Hegel, que diz que "Porém, o que a experiência e a história ensinam é que os povos e governos jamais aprenderam coisa alguma da história, e não seguiram o ensinamento que ela poderia ter inspirado". Fonte: Hegel: história, liberdade e progresso - por Gabriel Rodrigues da Silva
[2] Fonte: Projeto de Lei n° 2630, de 2020
[3] Fonte: STF começa a discutir regulação das redes sociais e Marco Civil da Internet